ARARA-AZUL-GRANDE

 

    Dentre as quatro espécies de araras da família Psittacidae que ocupam a América do Sul em regiões da Bolívia, Paraguai e Brasil, a Arara-Azul-Grande é o maior representante podendo chegar a medir 114 cm de comprimento e pesando até 2 kg.

    Seu nome científico é Anodorhynchus hyacinthinus, mas também popularmente conhecida como arara-preta, araraúna, arara hiacinta, arara-jacinto, araruna ou simplesmente arara-azul. O nome “Arara”, como a maioria dos nomes populares dos animais no Brasil, tem origem indígena vindo do tupi a’rara que significa “jacinto”, o nome de uma planta que apresenta a mesma coloração azul das araras. Possuem as penas na tonalidade de azul cobalto pelo corpo, exceto na parte debaixo das asas e cauda, onde as penas são pretas. Um detalhe significante que deixa esses animais exuberantes são os anéis amarelos ao redor dos olhos nas pálpebras e na mandíbula, o seu bico grande e preto, curvo para baixo e extremamente potente.

    Como dito anteriormente, habitam regiões tropicais do Brasil, Bolívia e Paraguai. No Brasil são encontradas em três regiões: Amazônia, Brasil Central e Pantanal. A organização social desses animais é andar em bandos com a finalidade de evitar serem predadas, se alimentam em grupo sempre deixando um indivíduo de “vigia” que verbalizará um grito de alerta perante a qualquer movimentação estranha ou barulho. A sua alimentação depende da região em que vive, mas basicamente é composta por sementes, onde o seu forte bico tem a capacidade de quebrar, exemplo como castanha-do-acuri, coco-de-espinho, inajá, babaçu, gueroba, entre outros, servem de dieta de acordo com a disponibilidade da flora local.

    As araras são animais monogâmicos, quando estabelecem relação com um parceiro(a) são fiéis até a morte e podem viver até 50 anos. Praticam o cuidado parental tanto a fêmea quanto o macho, não abandonam seus ovos e são suscetíveis a adoção de outros filhotes se for necessário, além de também suprirem cuidados entre o grupo e apresentarem um comportamento denominado de preening – ato de coçar ou limpar as penas uma das outras. Elas não têm a capacidade de escavar como algumas outras aves fazem, como por exemplo o pica-pau, logo, quando precisam fazer um ninho aproveitam os buracos e aberturas nas áreas já feitos dando às Araras o título de “escavadores secundários”. Atingem a maturidade sexual aos 3 anos de vida, porém, é observado que só constituem uma família aos 7 anos, a época de acasalamento se dá por volta de setembro a outubro e quando procriam, fazem a postura de 1 a 4 ovos, após botarem os ovos a fêmea faz a proteção com o auxílio do macho durante 30 dias para proteger de predadores como o tucano, o carcará, ou o gambá. Esses ovos vêm a eclodir por volta do mês de fevereiro e os filhotes são alimentados e protegidos pelos pais durante 10 meses.

    Infelizmente são animais que até 2018 estavam na lista de extinção, onde, na década de 80 havia uma estimativa de existir apenas 2500 indivíduos. Os fatores que fizeram ocorrer esse trágico cenário foi o tráfego desenfreado de animais silvestres e o desmatamento e consequente perda de habitat natural. Em 2014 a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN – sigla em inglês) colocou as Araras Azuis em status de vulnerável, em 2018 então foi determinado pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção que esses animais não estavam mais na lista de espécies ameaçadas de extinção. Em 1994, com a criação da moeda Real, a Arara estampa até hoje a cédula de 10 reais. É de fato um animal muito lindo e mesmo com os esforços da policial federal ambiental, o tráfego de animais existe e as araras são alvos desses crimes.


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